Em breve maiores informações após as investigações.
A vítima se dirigiu até o endereço combinado, no qual verificou a motocicleta que aparentemente estava em ótimas condições e que o preço do bem que estava pela tabela Fipe.
Ocorre que o local do encontro se dava em esquina no qual funciona uma determinada financeira, cujo vendedor de pronto já a indicou e
dizendo que o dono da financeira se tratava de um amigo e que ele era de confiança, caso a vítima fosse adquirir o bem.
Após verificar a motocicleta, a vítima entrou na financeira indicada pelo vendedor no qual conversaram a respeito do financiamento. O proprietário da financeira muito atencioso e explicativo convenceu a vítima a realizar o financiamento em sua empresa, que de início era muito atrativo pois caberia em seu orçamento.
A vítima que possuía uma motocicleta mais simples, um pouco antiga e já tinha posto a venda, informou seu contato de WhatsApp para o agente financeiro e continuaram a se falar então pelo aplicativo.
A vítima após receber uma oferta para a venda de sua motocicleta, realizou e venda desta e combinou de ir a Ji-paraná assim que terminasse de realizar os praxes da venda de sua moto mais antiga.
A todo o tempo o contato com o proprietário da financeira foi verbal por meio do aplicativo, áudios, textos e por ligação. Com o dinheiro da venda da moto já em sua conta, a vítima então continuou as tratativas com o agente proprietário da financeira, em que ambos realizavam acordo verbal sobre o financiamento, sendo explicado a vítima que o banco ligaria para confirmar alguns dados para a aprovação do financiamento ainda acordado somente de forma verbal.
O proprietário da financeira então o informou que tal banco (que na verdade era outra financeira disfarçada de banco), iria ligar às 15:00h do dia seguinte para algumas confirmações sobre o financiamento.
Ocorreram então dois contatos informando que se tratava de um suposto banco, o primeiro por meio de uma ligação com um número que apesar de ser DDD (69), tinha uma espécie de número que não era similar ao de nenhuma operadora.
Já o segundo contato era do DDD (85), dessa vez uma mulher que ligou para confirmar a aprovação do financiamento.
A vítima dirigiu-se então a Ji-paraná para realizar os trâmites necessários para adquirir a tão sonhada motocicleta por meio de uma entrada, cujo valor se dava no preço total recebido pela venda de sua moto e mais 72 parcelas fixas entre um valor de 600 a 700 reais.
Até esse momento tudo parecia ocorrer de forma tranquila e sem nenhum problema ate que, o agente proprietário da financeira lhe disse que não conseguiria emitir o contrato do financiamento pelo fato do sistema ter entrado em manutenção, a vítima aguardou por horas na financeira e nada do sistema voltar a funcionar, com isso o proprietário da financeira disse que talvez a vítima teria que assinar outro dia ou online.
A vítima contava com o fechamento do negócio nesse mesmo dia, acreditando que já poderia voltar para sua cidade pilotando sua tão sonhada moto, então como já estava ficando tarde disse que iria pegar um ônibus para voltar a Jaru.
A vítima que aguardava na sala de espera para embarque da agência de transporte na rodoviária, cujo ônibus partiria às 19:15h. recebeu a ligação do dono da financeira por volta das 18:10h perguntando se a vítima ainda estava em Ji-paraná ou se já tinha saído da cidade, a vítima respondeu que ainda estava aguardando o ônibus que iria partir às 19:15h.
O proprietário da financeira então lhe informou que o sistema voltou a funcionar e que conseguiu emitir o contrato, que só iria buscar sua filha e levá-la para casa que em seguida iria para a rodoviária levar o contrato até a vítima. O ônibus já estava encostado para embarque e os demais passageiros já embarcando.
Ao chegar em Jaru, a vítima realizou o pix do valor da entrada e recebeu a informação do proprietário da financeira que esqueceu de pedir a declaração de Imposto de Renda da vítima, que enviasse então, mais R$ 400,00 para que o contador, que também era seu conhecido realizasse a declaração de IRPF para a vítima, então fez o depósito de R$ 400,00 para o proprietário da financeira.
Já a partir do outro dia, o proprietário da financeira mudou o tom, só respondia as mensagens depois de muito tempo e não atendia as ligações, quando respondia dizia que surgiu um problema com o tal banco (que não era banco) que faltava um requisito de relacionamento com esse banco, como abertura de conta, movimentações entre outras coisas.
Passaram-se mais de duas semanas e o proprietário da financeira lhe disse que por conta da falta de "relacionamento" da vítima com o tal banco estava impedindo de liberar o valor financiado, nisso, a 1ª parcela já estava para vencer.
Novamente ao ser indagado pela vítima sobre a liberação da motocicleta, o proprietário da financeira que, de forma arrogante disse-lhe que este assunto era dele com o banco e mais, que em relação a entrega da moto se o financiamento "desse certo", que a vítima fosse atrás de outra motocicleta por sua conta, que isso não era responsabilidade da financeira ou seu proprietário.
Enquanto isso, nada do proprietário da financeira em enviar a cópia do contrato solicitado e já se passavam vários dias da promessa do envio do contrato, o proprietário só enviou a cópia do contrato mal escaneado por meio de foto de celular depois que a vítima lhe disse que iria processá-lo bem como sua financeira, pois tudo estava muito estranho e suspeito.
Ao finalmente ter acesso ao contrato, a vítima se deparou com um documento que além de erros ortográficos, a única coisa que batia eram os valores das parcelas, de resto, o valor do financiamento constava exatamente o dobro do combinado e mais, se a vítima quisesse que os valores do financiamento fossem liberados, a vítima deveria pagar 50% daquele valor "EM DOBRO" a vista.
Após este envio da cópia do contrato e ao ler o conteúdo absurdo e abusivo daquele contrato, não restou outra alternativa a jovem vítima que procurou ajuda a um de seus familiares contando o ocorrido e mostrando a cópia do contrato.
Imediatamente este familiar que tem conhecimento com o mundo jurídico, após ler os absurdos do contrato disse a vítima que deveriam imediatamente para Ji-paraná, indagar o responsável e dono da financeira sobre o que aconteceu, Foram até a financeira, questionaram o proprietário ao qual dava respostas evasivas e dizia que não precisavam terem vindo ate a financeira, que tudo poderia ser resolvido por telefone ou WhatsApp.
Por fim acabou concordando com algumas coisas como o fato da assinatura em cima da hora sem realmente tenha dado tempo de ler o contrato e discordando de outras, evitando responder sobre as questões do valor em dobro do total combinado e que para liberar valores do financiamento somente se a vítima saldasse de uma vez só, os 50% a vista do total do contrato, ele se limitava a responder : ESTÁ NO CONTRATO.
Percebendo que não adiantava mais argumentar, seu familiar chamou a vítima para retornarem a Jaru, mas antes, este familiar informou ao dono da financeira que toda a conversa estava sendo gravada por dois telefones móveis e lhe perguntou, OK? Em que o proprietário apenas "deu de ombro".
Ao investigar sobre o sócio proprietário e sua financeira, bem com as empresas relacionadas a esta financeira, foram verificados dezenas de processos criminais e cíveis, bem como Ações Civis Públicas pelos Ministérios Públicos em desfavor de sócios, também das empresas, funcionários contratados para realizar os anúncios em redes sociais, processos também envolvendo uma empresa junto com outras, uma verdadeira teia de aranha e mais, descobriu-se que realmente o tal dito banco, não é banco.
Resta a vítima, recorrer ao judiciário para tentar reaver seu prejuízo, mas há esperança, em alguns processos, estas financeiras e sócios proprietários antes de ser proferida uma sentença condenatória, procuram as vítimas para fazer proposta de acordo, que geralmente se dá em uma troca, a financeira devolve todo o valor, cancela o contrato, mas com a condição de que a vítima retire a acusação criminal e se abstenha de realizar outro processo relativo a este mesmo assunto.
Lição para nós que vivemos nesse mundo cada dia mais corrido, só assine algum contrato após ler com muita atenção e cuidado e se não entender o conteúdo, peça orientação a alguém de sua confiança para lhe ajudar quanto a isso.