Você já se imaginou bebendo água contaminada por resíduos de cemitério?
Moradores
vizinhos do cemitério estão preocupados com uma possível contaminação do solo e
lençóis d’água por Necrochorume, o fluído dos mortos.
Trata-se do líquido liberado de corpos em decomposição que estão enterrados em sepulturas, o líquido é viscoso, escuro e com forte odor desagradável e tem um enorme potencial de contaminação do solo e das águas com bactérias, vírus, entre outras substâncias muito tóxicas como a putrescina cadaverina.
Trata-se do líquido liberado de corpos em decomposição que estão enterrados em sepulturas, o líquido é viscoso, escuro e com forte odor desagradável e tem um enorme potencial de contaminação do solo e das águas com bactérias, vírus, entre outras substâncias muito tóxicas como a putrescina cadaverina.
Em
entrevista a dona de casa Terezinha e seu filho Odenir que trabalha de
frentista, Odenir relatou que pediu pra secretaria de vigilância sanitária
providenciar análise da água de poço de sua casa e da torneira, relatou que
após isso foram 3 pessoas da prefeitura pegaram amostras de água.
Odenir
relatou que foi a prefeitura
posteriormente para pegar o resultado, disseram que não deu nada de errado, que
não, a água não estava contaminada, mas também não recebeu nenhum laudo por
escrito e nem mesmo mostraram algum documento sequer.
A
nossa reportagem visitou também uma chácara que faz fundo com cemitério, fomos
atendidos pela dona Maria Rodrigues Vieira e José Cacio Vieira, disseram que a
filha do casal, Rosilei foi ate a prefeitura isso coisa de mais de um ou dois
anos para pedir analise de água mas nunca foi atendida.
A
preocupação se dá pelo fato de que a água consumida vem apenas de poço comum e
de existir um lago no fundo do cemitério com água corrente nas terras
pertencentes a dona Maria e o Sr. José, pois acreditam que a nascente tem a
possibilidade de estar dentro ou muito próximo as imediações do cemitério da
cidade.
Com
isso gostariam de ter sanadas dúvidas em relação a possibilidade de
contaminação, uma vez que é sabido que em muitos lugares do Brasil já ocorrem
impactos ambientais por contaminação de metais pesados em águas subterrâneas
provenientes de cemitérios em locais urbanos podendo ter a forte possibilidade
de causar riscos a saúde.
Verificar
a necessidade de estudos geológicos e hidrogeológicos do local tendo em vista
que existe uma área profunda do cemitério em questão ao qual pode estar ligado
possivelmente a uma nascente ou se não estar bem próximo pois o lago em questão
fica em uma media de distancia de 200 a 300 mts. do cemitério.
A
Resolução 335 da CONAMA de 03 de abril de 2003, obriga os cemitérios a terem
sistemas para tratar os resíduos de necrochorume, mas ocorre que a
maioria deles não apresenta estanqueidade em seus túmulos e por esta razão há
um vazamento natural do necrochorume.
Tal
líquido pode atingir as águas subterrâneas, lençóis freáticos que
consequentemente pode atingir os rios ou até mesmo serem captadas por meio dos
poços artesianos e contaminar consideravelmente quem consumir este tipo de
água.
Pouca
gente sabe, mas o necrochorume, líquido eliminado por cadáveres por no mínimo
seis meses, pode comprometer o meio ambiente e causar problemas de saúde se não
for devidamente tratado. A substância, de cor acinzentada, cheiro acre e
fétido, é formada por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias
orgânicas, duas delas, aliás, altamente tóxicas: a putrescina e a cadaverina.
O
tempo para decomposição do cadáver é em média de 3 anos podendo variar conforme
a idade do falecido, forma que houve o óbito, doenças que teve e remédios
tomados
De
acordo com Maria Rosí Melo Rodrigues, engenheira sanitarista da Tegeve
Ambiental, empresa especializada em saneamento ambiental, os microorganismos
liberados durante o processo de apodrecimento dos corpos pode transmitir
doenças por meio da ingestão ou contato com água contaminada pelo necrochorume.
“É assim que muitas pessoas podem acabar sendo vítimas de enfermidades como
hepatite, febre tifóide, paratifóide, tuberculose e escarlatina, entre outras”,
afirma.
Uma
alternativa é que os cemitérios tenham estações de tratamento para o
necrochorume. Com o tratamento, todo o líquido é encaminhado para um sistema de
drenagem devidamente projetado para evitar contaminação do solo, e desta
drenagem segue até as unidades de tratamento que removem as cargas orgânicas
mais tóxicas e lança no corpo hídrico um efluente menos impactante ao meio
ambiente, conta a engenheira, ressaltando que os benefícios do tratamento são
diversos, mas principalmente a proteção e a manutenção da qualidade de nosso
meio ambiente e a proteção à saúde da população, o que é incontestável.
Ao
longo da historia, o tratamento dado aos corpos dos mortos varia, contudo, o
mais utilizado ultimamente é o enterro dos mesmos em cemitérios. Foi constatada
na antiguidade que esta pratica contamina fontes de água próximas a esses locais. No inicio do
século XVIII, foram criadas legislações no Brasil proibindo o sepultamento em
igrejas e zonas urbanas, demonstrando a preocupação com a saúde publica.
Atualmente, o Conselho Nacional de Meio Ambiente possui duas resoluções que discorrem sobre os aspectos construtivos dos cemitérios, devido ao processo de decomposição do cadáver no qual é liberado o necrochorume, líquido composto por água, sais minerais e substancias orgânicas, responsável pela contaminação do solo e aqüíferos subterrâneos.
O cadáver fica infestado de bactérias, vírus e microorganismos patogênicos com capacidade de infiltração no solo com ajuda hídrica. Mesmo com densidade superior a da água, ainda não é conhecida a mobilidade do necrochorume no solo. Visando a manutenção da qualidade ambiental, é necessário escolher criteriosamente o local de implantação e métodos de construção dos cemitérios, através de estudos geológicos e sanitários das áreas e verificação das possibilidades de contaminação do solo e água subterrânea.
Atualmente, o Conselho Nacional de Meio Ambiente possui duas resoluções que discorrem sobre os aspectos construtivos dos cemitérios, devido ao processo de decomposição do cadáver no qual é liberado o necrochorume, líquido composto por água, sais minerais e substancias orgânicas, responsável pela contaminação do solo e aqüíferos subterrâneos.
O cadáver fica infestado de bactérias, vírus e microorganismos patogênicos com capacidade de infiltração no solo com ajuda hídrica. Mesmo com densidade superior a da água, ainda não é conhecida a mobilidade do necrochorume no solo. Visando a manutenção da qualidade ambiental, é necessário escolher criteriosamente o local de implantação e métodos de construção dos cemitérios, através de estudos geológicos e sanitários das áreas e verificação das possibilidades de contaminação do solo e água subterrânea.